Nego Bispo era um intelectual piauiense. Dono de uma gramática própria, capaz de articular neologismos criados com a força de uma ideia ancestral, o intelectual piauiense foi radical à sua maneira. Digamos: uma doce radical.
Sua força estava exatamente em radicalizar uma ideia que era revolucionária: reescrever a história de seus antepassados, e incomodar os que se regozijam da força bruta empregada para impor um estado de coisas.
Fluido. Doce. E imaginativo. Sua relação com a natureza o tornou único. Partiu (in)satisfeito com a vida. E deixou sua marca, que está em todo o lugar, afinal o seu mundo era circular, ou seja, não tinha fim.
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Zeferino Júnior
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