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Vida do Davi 2 – No início era o verbo e os números

Os passos ainda eram cambaleantes. Suas perninhas roliças não sustentavam, com força, seu corpinho rechonchudo. A partir de um ano e meio é que ganhou a liberdade de não se apoiar em objetos para avançar passo a passo. A articulação de palavras com nitidez também não avançava célere: parece que aguardava a hora para poder surgir nitidamente de uma fornada só.

Foi o que aconteceu.

O mundo das letras e dos números começou a se insinuar precoce, como sua inteligência, antes de ser vocalizado com grande nitidez.

Davi começou a sentir que aqueles números tinham uma função por excelência, e o mundo não poderia abrir mão deles, porque era dependente de suas interações, a saber, a numeração das coisas, os cálculos, a necessidade de sua referência, enfim.

Era como se Pitágoras revivesse para dizer que a matéria que deu origem a tudo era composta de números – “no início eram os números”. A origem da vida, o motor inicial, a essência de tudo que é vida e se move é resultado da soma, subtração, multiplicação e divisão de símbolos matemáticos, a que chamamos de numerais.

As letras vieram a reboque. Aos poucos, os grafemas, os símbolos linguísticos que, sozinhos, pareciam não ter sentido, passaram a preencher o outro espaço aberto.

As palavras só existem porque se relacionam com outras palavras. Elas não nasceram só. Nasceram juntas, de um único golpe. E Davi sabia disso instintivamente.

 “No início era o verbo” retoma seu lugar inaugural e preenche o mundo do pequeno Davi de uma forma excepcional.

O par estava formado: letras e números. A partir dali, Davi tinha tudo que precisava para se fazer presente no mundo das ideias e no mundo sensível, como afirmava Platão na sua maneira de enxergar o mundo e o além-mundo.

No aniversário de dois anos, já sabia identificar o alfabeto em português e pronúncias em inglês, sem ter ido à escola. Aprendeu sozinho ao entabular o contato com os vídeos na tevê e no celular – seus diminutos dedinhos tamborilavam freneticamente nas telas dos tabletes da vida.

Nas visitas aos restaurantes, corria para identificar o número nas placas das mesas. Deslocava-se de um lado para o outro a fim de visualizá-los e anunciá-los em voz alta, saciando seu apetite logo na chegada.

 

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Zeferino Júnior

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